As afeições terrenas e a reencarnação.
 
O dogma da reencarnação  indefinida encontra oposições, no coração do encarnado que ama, porque, em  presença dessa infinidade de existências, produzindo laços em cada uma delas,  ele pergunta com espanto em que se tornam as afeições particulares, e se estas não  se fundem num único amor geral, o que destruiria a persistência da afeição  individual. Ele se pergunta se esta afeição individual não é apenas um meio de  adiantamento e então o desânimo desliza em sua alma, porque a verdadeira  afeição experimenta a necessidade de um amor eterno, sentindo que ela não se  cansará jamais de amar. O pensamento desses milhares de afeições idênticas lhe  parece uma impossibilidade, mesmo admitindo faculdades maiores para o amor.
 
O encarnado que estuda  seriamente o Espiritismo, sem idéia preconcebida para um sistema e não para um  outro, sente-se arrastado para a reencarnação pela justiça que decorre do  progresso e do avanço do Espírito a cada nova existência; mas quando o estuda  do ponto de suas afeições do coração, duvida e se espanta mau grado seu. Não  podendo pôr de acordo esses dois sentimentos, ele se diz que aí ainda um véu a  levantar e seu pensamento em trabalho atrai as luzes dos Espíritos para pôr em  concordância o coração e a razão.
 
Disse antes: a encarnação para  onde é anulada a materialidade. Mostrei como o progresso material a princípio  tinha requintado as sensações corporais do Espírito encarnado; como o progresso  espiritual, vindo a seguir, havia contrabalançado a influência da matéria,  depois a tinha subordinado a sua vontade e que, chegado a esse grau de domínio  espiritual, a corporeidade não tinha mais razão de ser, pois o trabalho estava  realizado. Examinemos agora a questão da afeição sob os aspectos materiais e  espirituais.
 
Para começar, o que é a  afeição, o amor? Ainda a atração fluídica, atraindo um ser para outro,  unindo-os no mesmo sentimento. Essa atração pode ser de duas naturezas  diversas, pois os fluidos são de duas naturezas. Mas para que a afeição  persista eternamente, é preciso que seja espiritual e desinteressada; são  precisos abnegação, devotamento e que nenhum sentimento pessoal seja o móvel  deste arrastamento simpático. Desde que nesse sentimento haja personalidade, há  materialidade. Ora, nenhuma afeição material persiste no domínio do Espírito. Assim,  toda afeição apenas resultante do instinto animal ou do egoísmo, se destrói com  a morte terrestre.
 
É assim que seres que se  dizem amadas são esquecidos após pouco tempo de separação! Vós os amastes por  vós e não por eles, que não vivem mais; esquecestes e os substituístes;  procurastes consolo no esquecimento; tornam-se indiferentes porque não tendes  mais amor. Contemplai a humanidade e vede quão poucas as afeições verdadeiras  na terra! Assim, não se devem admirar tanto da multiplicidade das afeições aí  contraídas. São em minoria relativa, mas existem as que são reais e persistem e  se perpetuam sob todas as formas, primeiro na terra, depois se continuando no  estado de Espírito, numa amizade ou num amor inalterável, que cresce,  elevando-se mais. Vamos estudar esta verdadeira afeição: a afeição espiritual.
 
Ela tem por base a afinidade  fluídica espiritual que, atuando só, determina a simpatia. Quando assim é, é a  alma que ama a alma e essa afeição só toma força pela manifestação dos  sentimentos da alma. Dois Espíritos unidos espiritualmente se buscam e tendem  sempre a aproximar-se; seus fluidos são atrativos. Se estiverem no mesmo globo,  serão impelidos um para o outro; se separados pela morte terrena, seus  pensamentos unir-se-ão na lembrança e a reunião far-se-á na liberdade do sono;  e quando soar a hora da reencarnação para um deles, procurará aproximar-se de  seu amigo, entrando no que é a sua filiação material, e o fará com tanto mais  facilidade quanto seus fluidos perispiritais materiais encontrarão afinidades  na matéria corporal dos encarnados que deram à luz o novo ser.
 
Daí um novo aumento de  afeição, uma nova manifestação de amor. Tal Espírito amigo vos amou como pai,  vos amará como filho, como irmão ou como amigo, e cada um desses laços  aumentará de encarnação a encarnação e se perpetuará de maneira inalterável  quando, realizado o vosso trabalho, viverdes a vida do Espírito.
 
Mas esta verdadeira afeição  não é comum na terra e a matéria a vem retardar, anular-lhe os efeitos,  conforme ela domine o Espírito. A verdadeira amizade, o verdadeiro amor, sendo  espiritual, tudo quanto se refere à matéria não é de sua natureza e em nada  concorre para a identificação espiritual. A afinidade persiste, mas fica em  estado latente até que, dominando o fluido espiritual, de novo se efetua o  progresso simpático.
 
Resumindo, a afeição  espiritual é a única resistente no domínio do Espírito. Na terra e nas esferas  do trabalho corporal, concorre para o avanço moral do Espírito encarnado que,  sob a influência simpática, realiza milagres de abnegação e de devotamento aos  seres amados. Aqui, nas moradas celestes, ela é a satisfação completa de todas  as aspirações e a maior felicidade que o Espírito possa desfrutar.
 
 
Revista Espírita 1864 -Allan  Kardec - pág. 52
 
 
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Simpatias  e Antipatias Terrenas
 
 
Livro : O Livro dos  Espíritos – Parte Segunda – Capítulo 7
 
 
386 Dois seres que se  conhecem e se amam podem se encontrar em outra existência corporal e se  reconhecer?
 
– Reconhecer-se, não; mas  podem sentir-se atraídos um pelo outro.
 
 Frequentemente, as ligações íntimas fundadas  numa afeição sincera não têm outra causa.
 
 Dois seres aproximam-se um do outro por  consequências casuais em aparência, mas que são de fato a atração de dois Espíritos  que se procuram na multidão.
 
 386 a -  Não seria mais agradável para eles se  reconhecerem?
 
– Nem sempre; a lembrança  das existências passadas teria inconvenientes maiores do que podeis imaginar.
 
Após a morte, se  reconhecerão, saberão o tempo que passaram juntos. (Veja, nesta obra, a questão  392.)
 
 387 A simpatia vem sempre de um conhecimento  anterior?
 
– Não. Dois Espíritos que se  compreendem procuram-se naturalmente, sem que necessariamente se tenham  conhecido em encarnações passadas.
 
388 Os encontros que ocorrem,  algumas vezes, e que se atribuem ao acaso não serão o efeito de uma certa  relação de simpatia?
 
– Há entre os seres  pensantes laços que ainda não conheceis.
 
O magnetismo é que dirige  essa ciência, que compreendereis melhor mais tarde.
 
389 De onde vem a repulsa  instintiva que se tem por certas pessoas, à primeira vista?
 
– Espíritos antipáticos que  se adivinham e se reconhecem sem se falar.
 
390 A antipatia instintiva é  sempre um sinal de natureza má?
 
– Dois Espíritos não são  necessariamente maus por não serem simpáticos um para com o outro.
 
A antipatia pode se originar  da diferença no modo de pensar.
 
Mas, à medida que se elevam,  as divergências se apagam e a antipatia desaparece.
 
391 A antipatia entre duas  pessoas se manifesta primeiro naquela cujo Espírito é pior ou melhor?
 
– Tanto em um quanto no  outro, mas as causas e os efeitos são diferentes.
 
 Um Espírito mau tem antipatia contra qualquer  pessoa que possa julgá-lo e desmascará-lo.
 
Ao ver uma pessoa pela  primeira vez, sabe que vai ser desaprovado; seu afastamento dessa pessoa se  transforma em ódio, em ciúme, e lhe inspira o desejo de fazer o mal.
 
O Espírito bom sente repulsa  pelo mau porque sabe que não será compreendido e não partilharão dos mesmos  sentimentos, mas, seguro de sua superioridade, não tem contra o outro ódio ou  ciúme, contenta-se em evitá-lo e lastimá-lo.
 
392 Por que o Espírito  encarnado perde a lembrança de seu passado?
 
– O homem não pode nem deve  saber tudo.
 
Deus em Sua sabedoria quer  assim.
 
Sem o véu que lhe encobre  certas coisas, o homem ficaria deslumbrado, como aquele que passa sem transição  do escuro para a luz.
 
O esquecimento do passado o  faz sentir-se mais senhor de si.
 
 
Uniões  Antipáticas
 
939 Se os Espíritos  simpáticos são levados a se unir, como é que, entre os encarnados, a afeição  seja frequente apenas de um lado, e que o amor mais sincero seja muitas vezes  acolhido com indiferença e até mesmo com repulsa?
 
Como, além disso, a mais  viva afeição de dois seres pode se transformar em antipatia e ódio?
 
– Vós não compreendeis,  porque é uma punição passageira.
 
Aliás, quantos não há que  acreditam amar perdidamente, porque julgam apenas pelas aparências, e quando  são obrigados a viver com as pessoas amadas, não tardam a reconhecer que é  apenas uma atração física!
 
Não basta estar apaixonado  por uma pessoa que vos agrada e que tem muitas qualidades; é na convivência  real que podereis apreciá-la.
 
 Quantas uniões há que, de início, parecem não  ser simpáticas; porém, depois de um e outro se conhecerem e se estudarem bem  terminam por se amar com um amor terno e durável, porque se baseia na estima!
 
Não se pode esquecer que é o  Espírito que ama, e não o corpo, e quando a ilusão material se dissipa, o  Espírito vê a realidade.
 
Há duas espécies de afeição:  a do corpo e da alma, e toma-se  frequentemente uma pela outra.
 
 A afeição da alma, quando é pura e simpática,  é durável;  a do corpo é passageira.
 
Eis por que muitas vezes os  que pensavam se amar com um amor eterno se odeiam quando acaba a ilusão.
 
 
 
940 A falta de simpatia  entre os seres que têm de viver juntos não é igualmente uma fonte de desgostos  amarga e que envenena toda a existência?
 
– Muito amarga, de fato; mas  é uma dessas infelicidades de que, frequentemente, sois os principais  responsáveis.
 
Primeiro, são vossas leis  que estão erradas.  Por que acreditais  que Deus obriga a ficar com aqueles que vos desagradam?
 
 E depois, nessas uniões, procurais muitas  vezes mais a satisfação do orgulho e da ambição do que a felicidade de uma  afeição mútua.
 
Então suportais a  consequência de vossos preconceitos.
 
940 a Mas, nesse caso, não  existe quase sempre uma vítima inocente?
 
– Sim, e é para ela uma dura  expiação. Mas a responsabilidade de sua infelicidade recairá sobre quem a  causou. 
 
 
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AFEIÇÃO
173 –Como devemos entender a  simpatia e a antipatia?
 
 -A simpatia ou a antipatia tem as suas raízes  profundas no espírito, na sutilíssima entrosagem dos fluídos peculiares a cada  um e, quase sempre, de modo geral, atestam uma renovação de sensações  experimentadas pela criatura, desde o pretérito delituoso, em iguais  circunstâncias.
 
 Devemos, porém, considerar que toda antipatia,  aparentemente a mais justa, deve morrer para dar lugar à simpatia que edifica o  coração para o trabalho construtivo e legítimo da fraternidade.
 
174 –Poderemos obter uma  definição da amizade?
 
- Na gradação dos  sentimentos humanos, a amizade sincera é bem o oásis de repouso para o  caminheiro da vida, na sua jornada de aperfeiçoamento.
 
Quem sabe ser amigo  verdadeiro é, sempre, o emissário da ventura e da paz, alistando-se nas  fileiras dos discípulos de Jesus, pela iluminação natural do espírito que,  conquistando as mais vastas simpatias entre os encarnados e as entidades  bondosas do Invisível, sabe irradiar por toda parte as vibrações dos  sentimentos purificadores.
 
Ter amizade é ter coração  que ama e esclarece, que compreende e perdoa, nas horas mais amargas da vida.
 
175 –O instituto da família  é organizado no plano espiritual, antes de projetar-se na Terra?
 
- O colégio familiar tem  suas origens sagradas na esfera espiritual.
 
Em seus laços, reúnem-se  todos aqueles que se comprometeram, no Além, a desenvolver na Terra uma tarefa  construtiva de fraternidade real e definitiva.
 
Preponderam nesse instituto  divino os elos do amor, fundidos nas experiências de outras eras; todavia, ai  acorrem igualmente os ódios e as perseguições do pretérito obscuro, a fim de se  transfundirem em solidariedade fraternal, com vistas ao futuro.
 
É nas dificuldades provadas  em comum, nas dores e nas experiências recebidas na mesma estrada de evolução  redentora, que se olvidam as amarguras do passado longínquo, transformando-se  todos os sentimentos inferiores em expressões regeneradas e santificadas.
 
Purificadas as afeições,  acima dos laços do sangue, o sagrado instituto da família se perpetua no  Infinito, através dos laços imperecíveis do Espírito.
 
 176 –As famílias espirituais no plano  invisível são agrupadas em falanges e aumentam ou diminuem, como se verifica na  Terra?
 
 - Os núcleos familiares do Além se agrupam,  igualmente, em falanges, continuando aí a obra de iluminação e de redenção de  alguns componentes dos grupos, elementos mais rebeldes ou estacionários, que  são impelidos, pelos seus companheiros afins, aos esforços edificantes, na  conquista do amor e da sabedoria.
 
De maneira natural, todos  esses núcleos se dilatam, à medida que se aproximam da compreensão do  Onipotente, até alcançarem o luminoso plano de unificação divina, com as  aquisições eternas e inalienáveis do Infinito.
 
177 – As famílias  espirituais possuem também um chefe?
 
- Todas as coletividades  espirituais estão reunidas, em suas características familiares, pelas santas  afinidades d'alma, e cada uma possue o seu grande mentor nos planos mais  elevados, de onde promanam ( procedem) as substâncias eternas do amor e da  sabedoria.
 
178 –Poderíamos receber  algum esclarecimento sobre a lei das afinidades entre os espíritos  desencarnados?
 
- Na Terra, as criaturas  humanas muitas vezes revelam as suas afinidades nos interesses materiais, que  podem dissimular a verdadeira posição moral da personalidade; no mundo dos  Espíritos elevados, porém, as afinidades legítimas se revelam sem qualquer  artifício, pelos sentimentos mais puros.
179 –No capítulo das  afeições terrenas, o casar ou não casar está fora da vontade dos seres humanos?
 
- O matrimônio na Terra é  sempre uma resultante de determinadas resoluções, tomadas na vida do Infinito,  antes da reencarnação dos espíritos, seja por orientação dos mentores mais  elevados, quando a entidade não possui a indispensável educação para manejar as  suas próprias faculdades, ou em consequência de compromissos livremente  assumidos pelas almas, antes de suas novas experiências no mundo; razão pela  qual os consórcios humanos estão previstos na existência dos indivíduos, no  quadro escuro das provas expiatórias, ou no acervo de valores das missões que  regeneram e santificam.
 
180 –A indiferença nas  manifestações de sensibilidade afetiva, dentro dos processos de evolução da  vida na Terra, nas horas de dor e de alegria, é atitude justificável como medida  de vigilância espiritual?
 
- A indiferença que se  traduz por cristalização dos sentimentos é sempre perigosa para a vida da alma;  todavia, existem atitudes no domínio da exteriorização emocional, que se  justificam pela natureza de suas expressões educativas.
 
181 –Como entender o  sentimento da cólera nos trâmites da vida humana?
 
- A cólera não resolve os  problemas evolutivos e nada mais significa que um traço de recordação dos  primórdios da vida humana em suas expressões mais grosseiras.
 
A energia serena edifica  sempre, na construção dos sentimentos purificadores; mas a cólera impulsiva,  nos seus movimentos atrabiliários , é um vinho envenenado de cuja embriaguez a  alma desperta sempre com o coração tocado de amargosos ressaibos.
 
 
Atrabiliário : melancólico,  propenso a se encolerizar, a brigar, a discutir; irritável, irascível,  colérico.
 
Ressaibo : mágoa,  ressentimento, desgosto que fica de ofensa ou prejuízo sofrido.
 
182 –O remorso é uma  punição?
 
 - O remorso é a força que prepara o  arrependimento, como este é a energia que precede o esforço regenerador.
Choque espiritual nas suas  características profundas, o remorso é o interstício para a luz, através do  qual recebe o homem a cooperação indireta de seus amigos do Invisível, a fim de  retificar seus desvios e renovar seus valores morais, na jornada para Deus.
 
183 –Como se interpreta o  ciúme no plano espiritual?
 
 - O ciúme, propriamente considerado nas suas  expressões de escândalo e de violência, é um indício de atraso moral ou de  estacionamento no egoísmo, dolorosa situação que o homem somente vencerá a  golpes de muito esforço, na oração e na vigilância, de modo a enriquecer o seu  íntimo com a luz do amor universal, começando pela piedade para com todos os  que sofrem e erram, guardando também a disposição sadia para cooperar na  elevação de cada um.
 
Só a compreensão da vida,  colocando-nos na situação de quem errou ou de quem sofre, a fim de iluminarmos  o raciocínio para a análise serena dos acontecimentos, poderá aniquilar o ciúme  no coração, de modo a cerrar-se a porta ao perigo, pela qual toda alma pode  atirar-se a terríveis tentações, com largos reflexos nos dias do futuro.
 
 184 –Como devemos efetuar nossa autoeducação,  esclarecida pela luz do Evangelho, nos problemas das atrações sexuais, cujas  tendências egoístas tantas vezes nos levam a atitudes antifraternais?
 
- Não devemos esquecer que o  amor sexual deve ser entendido como o impulso da vida que conduz o homem às  grandes realizações do amor divino, através da progressividade de sua  espiritualização no devotamento e no sacrifício.
 
Toda vez que experimentardes  disposições antifraternais em seu círculo, isso significa que preponderam em  vossa organização psíquica as recordações prejudiciais, tendentes ao  estacionamento na marcha evolutiva.
 
É aí que urge o esforço da  autoeducação, porquanto toda criatura necessita resolver o problema da  renovação de seus próprios valores.
 
Haveis de observar que Deus  não extermina as paixões dos homens, mas fá-las evoluir, convertendo-as pela  dor em sagrados patrimônios da alma, competindo às criaturas dominar o coração,  guiar os impulsos, orientar as tendências, na evolução sublime dos seus  sentimentos.
 
Examinando-se, ainda, o  elevado coeficiente de viciação do amor sexual, que os homens criaram para os  seus destinos, somos obrigados a ponderar que, se muitos contraem débitos  penosos, entre os excessos da fortuna, da inteligência e do poder, outros o  fazem pelo sexo, abusando de um dos mais sagrados pontos de referência de sua  vida.
 
 É por esse motivo que observamos, muitas  vezes, almas numerosas aprendendo, entre as angústias sexuais do mundo, a  renúncia e o sacrifício, em marcha para as mais puras aquisições do amor  divino.
 
 Depreende-se, pois, que ao invés da educação  sexual pela satisfação dos instintos, é imprescindível que os homens eduquem  sua alma para a compreensão sagrada do sexo.
 
 
Afeições  no Mundo Espiritual e Espíritos simpáticos
 
1. Afeições no Mundo  Espiritual
 
Contrariamente ao que muitos  pensam, as afeições na terra são apenas uma pálida imagem dos laços belos e  permanentes que se estabelecem entre seres que comungam das mesmas inclinações  para o bem, em estado semelhante de evolução intelecto-moral. Estando libertos  das paixões que os ligam em vida e que fazem os homens agruparem-se em clãs  familiares de pendor egoísta, social, de raça… eles se atraem e agrupam em  famílias mais alargadas do que na terra, unidos por sentimentos sinceros, tendo  em vista o aperfeiçoamento colectivo e alegrando-se, com as conquistas de cada  um dos seus entes queridos em cada regresso a casa, após mais uma vida na  Terra, plena de lutas e provações experimentadas e ultrapassadas.
"Se uns encarnam e outros  não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. Os que se conservam  livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam  por fazer que os retardatários progridam. Após cada existência, todos têm  avançado um passo na senda do aperfeiçoamento."
 
ESE –IV capítulo - item 18
 
2.  Espíritos simpáticos
 
 
Muitas vezes, uns precedem  os outros na mesma reencarnação, com programações conjuntas e elevadas, lutando  pelo bem comum e criando as famílias onde reina a afeição sincera. Estes  espíritos simpáticos encontram-se aparentemente "por acaso" e experimentam  atracção espontânea e imediata, fruto de relações agradáveis vividas em outras  eras. Que bela imagem nos transmite o Evangelho segundo o Espiritismo ao  afirmar: "… é a atracção de dois Espíritos, que se buscam reciprocamente  por entre a multidão."
 
Daí também ser frequente  encontrarmos filhos que se assemelham aos pais, irmãos gémeos de carácter  similar, nos seus comportamentos de cariz moral.
 
São espíritos afins que se  juntaram, pelas leis da atracção e gostam de estar juntos.
Embora nem todos os  espíritos afins tenham necessariamente que se ter conhecido numa vida anterior,  pois eles se atraem por inclinações semelhantes, isso frequentemente acontece:  "A afeição que existe entre pessoas parentes são um índice da simpatia anterior  que as aproximou…." ESE –IV capítulo - item 19
 
Quando regressam ao mundo  espiritual, os espíritos se reconhecem e recordam todos os momentos que já  viveram juntos. Se na Terra isso não sucede é porque isso lhes seria mais  prejudicial que benéfico.
 
 
Há, pois, duas espécies de  família:
 
as famílias unidas pelos  laços espirituais e estáveis que se estimam,
se fortalecem pela  purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações  da alma.
 
 
e as famílias unidas pelos  laços corporais, frágeis como a matéria, e que se, mais nada as liga do que as  paixões terrenas, se extinguem com o tempo e, muitas vezes, se dissolvem  moralmente, já na existência actual.
("O Evangelho Segundo o  Espiritismo", cap. XIV, item 8).
 
"Purificadas as  afeições, acima dos laços do sangue, o sagrado instituto da família se perpetua  no Infinito, através dos laços imperecíveis do Espírito. "
Emmanuel
 
 
 
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