Contaram-me 27 (O Sadhu)
Em Rishikesh, uma cidade sagrada localizada aos pés dos Himalayas no norte da Índia, muitos sadhus (homens santos) passam os dias pelas calçadas, florestas ou na beira do rio ganges (encarnação da Deusa Gangaa que, segundo a mitologia hindu, veio ao mundo para purificar as pessoas que, em seu leito, banham-se) devotando sua existência à busca pelo conhecimento, às orações e ao ensino.
Certo dia, caminhava em direção ao rio para minhas abluções matutinas quando, de repente, ouvi um turista vociferando os mais ultrajosos insultos contra um sadhu. Aquela horrenda cena durou alguns eternos segundos. Segundos sem fim que, por fim, findaram-se.
No entanto, durante toda aquela precipitação caluniosa, o sadhu permeneceu incólume e imóvel enquanto apenas observava o seu verbal carrasco.
Depois que o ofensor, ainda em estado colérico, partiu. Fui conversar com o sadhu.
Perguntei-o sobre a causa de todo aquele drama. Ele respondeu:
- Sinceramente, não sei. Mas, às vezes, apenas por sermos quem somos já é o suficiente para sermos causa de irritação, desgosto ou raiva de outrem.
- Mas porque você não se defendeu? Perguntei atônito.
- Desde quando o ladrar de um cão assusta um elefante?. Contestou tranquilamente o sadhu.
Minha ablução aconteceu antes de banhar-me no leito da Deusa Gangaa.
Em Rishikesh, uma cidade sagrada localizada aos pés dos Himalayas no norte da Índia, muitos sadhus (homens santos) passam os dias pelas calçadas, florestas ou na beira do rio ganges (encarnação da Deusa Gangaa que, segundo a mitologia hindu, veio ao mundo para purificar as pessoas que, em seu leito, banham-se) devotando sua existência à busca pelo conhecimento, às orações e ao ensino.
Certo dia, caminhava em direção ao rio para minhas abluções matutinas quando, de repente, ouvi um turista vociferando os mais ultrajosos insultos contra um sadhu. Aquela horrenda cena durou alguns eternos segundos. Segundos sem fim que, por fim, findaram-se.
No entanto, durante toda aquela precipitação caluniosa, o sadhu permeneceu incólume e imóvel enquanto apenas observava o seu verbal carrasco.
Depois que o ofensor, ainda em estado colérico, partiu. Fui conversar com o sadhu.
Perguntei-o sobre a causa de todo aquele drama. Ele respondeu:
- Sinceramente, não sei. Mas, às vezes, apenas por sermos quem somos já é o suficiente para sermos causa de irritação, desgosto ou raiva de outrem.
- Mas porque você não se defendeu? Perguntei atônito.
- Desde quando o ladrar de um cão assusta um elefante?. Contestou tranquilamente o sadhu.
Minha ablução aconteceu antes de banhar-me no leito da Deusa Gangaa.
(Tadany – 12 04 10)
PS: Para citar este texto:
Cargnin dos Santos, Tadany. Contaram-me 27. www.tadany.org ®
PS: Para citar este texto:
Cargnin dos Santos, Tadany. Contaram-me 27. www.tadany.org ®
www.tadany.org
A corrupção é primogênita da nossa passividade, minha e tua. Precisamos aceitar o nosso dever de cidadãos para mudar as nefastas realidades que assolam a nossa pátria. (Tadany)
Tudo é mental. Nada existe além de nossa Consciência. (Tadany)
A arte é o orgasmo contínuo da Inteligência. (Tadany)
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