FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO
DITADO PELO ESPÍRITO HAMMED
16
Extensão da alma
"... Amai, pois, vossa alma, mas cuidai também do corpo,
instrumento da alma; desconhecer as necessidades que são
indicadas pela própria Natureza é desconhecer a lei de Deus.
Não o castigueis pelas faltas que o vosso livre-arbítrio fê-lo
cometer, e das quais ele é tão irresponsável como o é o cavalo
mal dirigido, pelos acidentes que causa..."
(Capítulo 17, item 11.)
Ele se densificou moldado por nossos pensamentos, obras e crenças mais íntimas.
Extensão da própria alma, ele é a parte materializada de nós
mesmos e que nos serve de conexão com a vida terrena.
Há quem o despreze, dizendo que todas as tentações e desastres
morais provêm de suas estruturas intrínsecas, e o culpe pelas
quedas de ordem sexual e pelos transtornos afetivos, esquecendo-se
de que ele apenas expressa a nossa vida mental.
Foi considerado, particularmente na Idade Média, como o
próprio instrumento do demônio, que impunha à alma, nele encarcerada,
o cometimento dos maiores desatinos e desastres morais.
Se cuidado e bem tratado, era isto atribuído aos vaidosos e
concupiscentes; se macerado e flagelado, era motivo de regozijo
dos tementes a Deus e cultivadores da candidatura ao reino dos
céus. Essas crenças neuróticas do passado afiançavam que,
quanto maiores as cinzas que o cobrissem e quanto mais agudas
as dores que o afligissem, mais alto o espírito se sublimaria,
alcançando assim os píncaros da evolução.
Porém, não é propriamente nosso corpo o responsável pelas
intenções, emoções e sentimentos que ressoam em nossos atos e
atitudes, mas nós mesmos, almas em processo de aprendizagem e educação.
Nossos pensamentos determinam nossa vida e, conseqüentemente,
são eles que modelam nosso corpo. Portanto, somos nós,
fisicamente, o produto do nosso eu espiritual.
A crença em anjos rebeldes destinados eternamente a induzir
as almas a pecar, tira-nos a responsabilidade pelas próprias ações,
e ficamos temporariamente na ilusão de que os outros é que
comandam nossos feitos, atuações e inclinações, e não nós
mesmos, os verdadeiros dirigentes de nosso destino.
Corpo e alma unidos a serviço da evolução, eis o que determina a Natureza.
Nosso físico não é apenas um veículo usável, mas também a
parte mais densa da alma. Não o separemos, pois, de nós mesmos,
porque, apesar de sua matéria ficar na Terra no processo da morte
física, é nele que avaliamos as sensações do abraço de mãe, do
ósculo afetivo e das mãos carinhosas dos amigos. Através dele
é que podemos identificar angústias e aflições, que são bússolas a
nos indicar que, ou quando, devemos mudar nossa maneira de agir
e pensar, para que possamos percorrer caminhos mais adequados
do que os que vivemos no momento.
A lei divina não nos pede sofrimento para que cresçamos e
evoluamos; pede-nos somente que amemos cada vez mais. Cuidemos,
pois, de nosso corpo e o aceitemos plenamente. Ele é o
instrumento divino que Deus nos concede para que possamos
aprender e amar cada vez mais.
"A verdadeira magnitude está na alma e não no nome. Quem quiser ser o mais pobre da terra, o mais esquecido por amor de Jesus, justamente ele será o primeiro no Céu, muito mais nobre e mais rico do que todos os outros".
[Terezinha de Jesus- Lisieux]
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