Mídia. Manupilação. Entendimento.
No auge da rebelde juventude, princípio da vida universitária, era quase irrevogável a certeza de que a mídia existia para manipular, enganar e distorcer a vida, os desejos e a ânsias de nossas frágeis, mas interessantes vidas. Lembro ter debatido, compartilhado e insurgido sobre este hercúleo inimigo existencial. Mantive imutável esta idéia por muito tempo. Então, na faculdade de administração, tive acesso aos primeiros princípios de marketing e, naquele momento tão simples e ordinário como uma daquelas enfadonhas classes universitárias, ouvi o que já sabia, mas que ainda era incapaz de aceitar, ou de analisar de uma maneira mais ampla. O marketing diz que um produto é enviado ao mercado para satisfazer as necessidades, ou desejos, de seus consumidores. Sinceramente, foi um choque tremendo, um árduo bofetão nos ideais imperialistas que combatia. Saí da aula reflexivo, decepcionado e curioso. Reflexivo porque aquela idéia de mídia perniciosa que estava combatendo era na verdade apenas um produto que se adequava aos trejeitos e gostos de um público que o demandava, ou seja, naquele aparente absurdo de sintaxe, o vetor mudou, o objeto tornou sujeito e o sujeito virou objeto, o ativo virou semanticamente "com"passivo enquanto que o passivo virou avidamente pró ativo. Em síntese, eles apenas oferecem o que as pessoas clamam por receber. Ademais, senti-me decepcionado porque imaginava um mundo onde os telespectadores eram vítimas de uma algoz e horrenda programação, mas a realidade havia demonstrado que os indelicados, os desinformados e os despreparados eram os hábitos e os desejos dos telespectadores e, finalmente, curioso porque ansiava por saber mais sobre a natureza humana e o porquê as pessoas deliberadamente escolhem tornarem-se mais brutas, mais limitadas, mais submissas e menos propensas a utilizarem todos os seus latentes potenciais em prol do conhecimento, da evolução e do aprimoramento. Hoje, a reflexão deu lado à aceitação. A decepção foi substituída pela tolerância, mas a curiosidade segue vivaz, intensa e questionando. (Tadany – 20 01 12)
PS: Para citar este texto:
Cargnin dos Santos, Tadany. Pensamento 1169. www.tadany.org ®
No auge da rebelde juventude, princípio da vida universitária, era quase irrevogável a certeza de que a mídia existia para manipular, enganar e distorcer a vida, os desejos e a ânsias de nossas frágeis, mas interessantes vidas. Lembro ter debatido, compartilhado e insurgido sobre este hercúleo inimigo existencial. Mantive imutável esta idéia por muito tempo. Então, na faculdade de administração, tive acesso aos primeiros princípios de marketing e, naquele momento tão simples e ordinário como uma daquelas enfadonhas classes universitárias, ouvi o que já sabia, mas que ainda era incapaz de aceitar, ou de analisar de uma maneira mais ampla. O marketing diz que um produto é enviado ao mercado para satisfazer as necessidades, ou desejos, de seus consumidores. Sinceramente, foi um choque tremendo, um árduo bofetão nos ideais imperialistas que combatia. Saí da aula reflexivo, decepcionado e curioso. Reflexivo porque aquela idéia de mídia perniciosa que estava combatendo era na verdade apenas um produto que se adequava aos trejeitos e gostos de um público que o demandava, ou seja, naquele aparente absurdo de sintaxe, o vetor mudou, o objeto tornou sujeito e o sujeito virou objeto, o ativo virou semanticamente "com"passivo enquanto que o passivo virou avidamente pró ativo. Em síntese, eles apenas oferecem o que as pessoas clamam por receber. Ademais, senti-me decepcionado porque imaginava um mundo onde os telespectadores eram vítimas de uma algoz e horrenda programação, mas a realidade havia demonstrado que os indelicados, os desinformados e os despreparados eram os hábitos e os desejos dos telespectadores e, finalmente, curioso porque ansiava por saber mais sobre a natureza humana e o porquê as pessoas deliberadamente escolhem tornarem-se mais brutas, mais limitadas, mais submissas e menos propensas a utilizarem todos os seus latentes potenciais em prol do conhecimento, da evolução e do aprimoramento. Hoje, a reflexão deu lado à aceitação. A decepção foi substituída pela tolerância, mas a curiosidade segue vivaz, intensa e questionando. (Tadany – 20 01 12)
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Cargnin dos Santos, Tadany. Pensamento 1169. www.tadany.org ®
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