"Re"Nascimento
Abriu os olhos. Acabava de sair da cálida e aconchegante caverna que o havia preparado. Tudo era novo. Aparentemente diferente. Um pouco mais sólido. Absurdamente Tangível. Mas que, segundo sua memória, seguia as mesmas leis e os mesmos ciclos. Se perguntou, então, porque estar ali se a a estrutura era quase a mesma? Como se tivesse que peregrinar por uma incessante routina de nascer, morrer, nascer, morrer, ad infinitum. Um absurdo existencial onde tanto nascer, como morrer, tornavam-se exageradamente comuns e improdutivos. Tanto emoção quanto desespero tornavam-se insignificantes, pois eram apenas aparentes flutuações repetitivas valorizadas porque aquele que as sentia. Calou-se, não por medo, mas por sentir-se totalmente impotente frente à inexorável aquarela que via ao seu redor, desamparado de qualquer solidez que conduzisse a aceitáveis premissas. Seguiu analizando e contemplando até que, por fim, chorou. E com o choro, apagou-se a memória, como se fosse um som mágico que o desconecta-se daquilo que sabia e, ao fazê-lo, o conectava à "nova" realidade. Acabava de nascer. Anos mais tarde, lembrou-se daquilo que já sabia e, ao lembrar, abriu os olhos. Havia nascido, em vida, novamente. (Tadany - 15 01 11)
PS: Para citar este texto:
Cargnin dos Santos, Tadany. Pensamento 710. www.tadany.org ®
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