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@ " ANGUSTIA MATERNA .... ( JOÃO DE DEUS / CHICO XAVIER ) !!!

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"Angustia  Materna

 

 

 João de Deus / Chico Xavier

 

 

 

"O Lua branca, suave e triste,

– A Mãe pedia, fitando o céu

– Dize-me, Lua, se acaso viste

Nos firmamentos o filho meu.

 

A Morte ingrata, fria e impiedosa,

Deixou vazio meu doce lar,

Deixou minhalma triste e chorosa,

Roubou-me o sonho – deu-me o penar.

 

Se tu soubesses, Lua serena,

Como era grácil, que encantador

Meu anjo belo como a açucena,

Cheio de vida, cheio de amor!..."

 

Disse-lhe a Lua – "Eu sei do encanto,

Dum filho amado que a gente tem;

E das ausências conheço o pranto,

Oh! se o conheço, conheço-o bem!..."

 

– "Então, responde-me sem demora,

Continuava, sempre a chorar:

Em qual estrela cheia de aurora

Foi o meu anjo se agasalhar?..."

 

– "Mas não o avistas – responde-lhe ela –

Naquela estrela que tremeluz?

Abre teus olhos... É bem aquela

Que anda cantando no céu de luz."

 

E a Mãe aflita, martirizada,

Fitou a estrela que lhe sorriu,

Sentiu-lhe os raios, extasiada,

E dos seus cantos, feliz, ouviu:

 

– "Ilha pacífica, da esperança,

Sou eu no mar do éter infindo;

Do sofrimento mato a lembrança

E abro o futuro, ditoso e lindo.

 

Do Senhor tenho doce trabalho,

Missão que é toda só de alegrias:

Flores reparto cheias de orvalho,

Flores que afastam as agonias."

 

– "Quase te odeio, luz de alvorada,

Ó linda estrela que adorna o céu,

Gritou-lhe a pobre desconsolada,

Porque tu guardas o filho meu."

 

– "Se tu me odeias, se me detestas,

Contudo eu te amo e pergunto:

Quem Não tem saudades das minhas festas?

O teu anjinho teve-as também.

 

Em mim a noite não tem guarida,

Aqui terminam os dissabores;

Aqui em tudo floresce a vida,

Vida risonha, cheia de flores'..."

 

A mãe saudosa, banhada em pranto,

Notou de logo seu filho lindo,

Todo vestido dum brilho santo,

Num belo raio de luz, sorrindo...

 

Disse-lhe o filho – "Tive deveras

Muita saudade, mãezinha amada,

Senti a falta das primaveras,

Senti a falta desta alvorada!...

 

Não resisti... Tanta era a saudade!

Voltei do exílio, fugi da dor,

Aqui é tudo felicidade,

Paz e ventura, carícia e amor!

 

Ó mãe, perdoa, se mais não pude

Ficar contigo na escuridão,

A Terra amarga, tristonha e rude,

Envenenava meu coração.

 

Aqui, na estrela, também há fontes,

Jardins e luzes e fantasias,

Sóis rebrilhando nos horizontes,

Sonhos, castelos e melodias.

 

Daqui te vejo, daqui eu velo

Pelo sossego dos dias teus;

Faço-te um ninho ditoso e belo,

Muito pertinho do amor de Deus!..."

 

Aí os olhos da desditosa

Nada mais viram do Eterno Lar.

Viu-se mais calma, menos saudosa,

E, estranhamente, pôs-se a chorar...

 

 

 

Do livro Parnaso de Além-Túmulo. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

 

 

 

 

Beijos

Cida St !!!

 

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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