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- Memória | 17/10/2011
Memória. Veio com o pacote, compulsória. Às vezes glória, outras escória. Flutuante e imprevisível como se quisesse criar sua própria história. Certo dia, cansei. Estava aborrecido com a memória, pois me fazia lembrar do que não queria, roubava-me idéias e vivências que desejava recordar, assim como, quando realmente a necessitava, tinha o hábito de se esconder nalgum obscuro esconderijo onde era impossível encontrá-la, enquanto outras vezes, aparecia compulsiva quando sua presença não era bem-vinda, nem desejada. Enfim, marquei uma reunião. Tive que agendar horário, pois ela está sempre ocupada, ou armazenando ou informando. Finalmente, me recebeu, implacável como sua natureza. Lhe contei minhas desilusões e frustrações com os tratamentos que ela me prestava e disse que, de tal maneira, era impossível formar uma parceria com ela. Esperei alguma resposta, mas ela me olhou com soberba, fez um vulto de desdém, virou as costas e partiu, sem tecer nenhum comentário. E enquanto partia, pensei, terei que escrever tudo o que ainda possuo, antes de que ela parta completamente. Então, comecei. Comecei o que? O que eu queria escrever?. Acho que não era importante, pois não lembro mais!. Quando a memória parte, sua ausência nos segrega ao buraco negro da existência, ou seria inexistência. (Tadany - 06 01 11)
PS: Para citar este texto:
Cargnin dos Santos, Tadany. Pensamento 672. www.tadany.org ®
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The Triangle of Life: Family, Time and Friends. The rest we architect. (Tadany)
A arte é o orgasmo contínuo da Inteligência. (Tadany)
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