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Não sei amar direito

 

           Não sei amar direito
                                               Pe. Zezinho scj


Perdoa-me Senhor! Não sei amar direito. Acho que nunca saberei. Amo um pouco pessoas que eu não conheço; amo muito algumas pessoas que conheço; amo mais ou menos a maioria dos que conheço e chego a não amar algumas pessoas que me fizeram e ainda querem o meu mal, apesar de todo o bem que eu lhes fiz.
Ainda não sei perdoar totalmente, amar sem retribuição, amar por amar. Ainda espero gratidão, retribuição e recompensa. Por isso, meu Senhor, estou pedindo a graça de amar sem reservas. Por mim mesmo não sou capaz desse amor.

Mas tua graça pode me tornar tão santificado que eu possa até retribuir com amor àqueles que não me amam. Sei que ainda não sei amar. Mas Tu que és amor, ensina-me essa parte da vida; eu ainda não a assimilei.

Foi para isso que eu vim ao mundo, mas ainda não consegui realizar este desígnio. Amo pouco e seletivamente, calculadamente. Ensina-me o verdadeiro jeito, o teu jeito!

 
                                

Seu nome é Jesus

 
Deus veio até sua casa, desdizendo-se de sua glória.
Pediu licença ao ventre de uma menina sacudido por um decreto de César e se tornou um de nós: um palestino entre tantos, em sua rua, em número, semi-artesão de toscas tarefas, que vê passar os romanos e as andorinhas, que morre depois, de morte ruim, matada, fora da cidade.

Já sei que faz muito que o sabeis, que vo-lo dizem, que o sabeis friamente porque vo-lo disseram com palavras frias... eu quero que o saibais de repente, hoje, quiça, pela primeira vez, absortos, desconcertados, livres de todo mito, livres de tantas mesquinhas liberdades.

Quero que vo-lo diga o Espírito, qual machadada em tronco vivo!
Quero que sintais como um esto de sangue no coração da rotina, em meio a esta carreira de rodas entrechocadas.

Quero que tropeceis com ele como se tropeça com a porta de casa, retornados da guerra, sob o olhar e o beijo impaciente do Pai.

Quero que o griteis como um alarido de vitórias pela guerra perdida, ou como o parto sangrante da esperança no leito de vosso tédio, noite adentro, apagada toda ciência.

Quero que o encontreis, em um total abraço, companheiro, amor, resposta.
Podereis duvidar de que haja vindo para casa, se esperais que vos mostre a patente dos prodígios, se quereis que vos sancione a desídia da vida.

Mas não podeis negar que seu nome é Jesus, com patente de pobre.
E não podeis negar-me que o estais esperando com a louca carência de vossa vida rejeitada como se espera o sopro para sair da asfixia quando a morte já se enroscava ao pescoço, como uma serpente de perguntas.

S eu nome é Jesus.
Seu nome é como seria nosso nome se fôssemos de verdade, nós mesmos.


Pedro Casaldáliga

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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