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- Poema - (Língua de Serpente) | 02/02/2011
Acordou xingando tudo, tudo o que existia ao seu redor Tão tenebrosa, como se tivesse despertado do lado avesso da cama Passaram-se os anos, seguiu insultando, maltratando, e assim cresceu sua fama Por onda passava, era um vendaval de maldições Quando chegava, as pessoas seguiam em outras direções Às vezes sentia-se só, então, para chamar a atenção Puteava qualquer um, fosse criança, adulto ou ancião Um dia, até a morte se cansou de suas obscenas vociferações E numa talagada certeira, lhe tirou a vida e suas árduas reclamações Nunca num povoado, uma partida foi tão celebrada Como aquela morte, que por muitos era constantemente desejada Mas apesar do constante ultraje que causava sua presença O tempo demonstrou que o povo gostava de sua previsível desavença E começaram a falar de sua pessoa, exaltar sua liberdade, sua insultante sapiência Até que a imortalizaram num encontro semanal, no clube terapêutico da maledicência Nestes dias, oravam frente sua foto e, ao mesmo tempo, vociferavam avalanches de palavrões Depois regressavam à suas casas exaustos, mas com uma sutil leveza em seus corações Acreditando que até as ofensivas palavras, possuem suas curativas predileções. (Tadany – 14 11 10) PS: Para citar este Poema: Cargnin dos Santos, Tadany. Língua de serpente. www.tadany.org ®
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www.tadany.org The Triangle of Life: Family, Time and Friends. The rest we architect. (Tadany) A arte é o orgasmo contínuo da Inteligência. (Tadany)
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