Retratou bem Sampa.
Adorei essa parte:Mas é assim que ela ama Nunca afaga sua cria
Em 25 de janeiro de 2011 08:12, André Al. Braga <andre.al.braga@gmail.com> escreveu:
Minha poesia sobre SP:Sampacaosmopolitana
Santo São SauloDe Tarso, rico em culturaDas alturas, herança deixouE edificou a cidade assim:
Parques, Vilas e JardinsPinheiros, Maria e MarianaNegra, rubra e arianaSampacaosmopolitana
De punhos cerradosRecebe os afilhadosCom olhos de assombroEm seu tapete negro
Retirantes, imigrantes, viajantesRomarias, passeatas, procissõesRevoluções, campanhas, companhias
Aglomerações em suas viasDevastações de suas ramasAmálgama, é estrela tramontanaSampacaosmopolitana
Reza às alturas, aos deusesPor meses, em línguas, novenasTerços, penitências, por horasOra as sagradas escrituras
Judia, Cristã, ProtestanteCatólica, Espírita, TestemunhaUmbandista, Budista, AteiaQuadrangular, Pentecostal, MuçulmanaCética, Política, Maometana
Ortodoxo só seu ecumenismoCigana, Agnóstica, AnglicanaA mistura é o seu absolutismoSampacaosmopolitana
Seus sons são somasGritos grunhidos das gargantasBuzinas, balbúrdia, BabelRitmos retumbantes radiofônicos
Rock, Sertanejo, BaiãoReggae, Punk, SambaEletrônica, Rap, ClássicaInglesa, Hispânica, Americana
Suas tribos se multiplicamNa selva de pedra urbanaAqui todos se coisificamSampacaosmopolitana
Grande centro financeiroDo trem é a loucomotivaBoas são as perspectivasQue vive o ano inteiro
Os subúrbios desditososAs periferias populosasCasarões de muros grandiososDesigualdades escrabosas
Todos querem o montanteDa equação: trabalho x salárioE nisso não há nada de hilárioPois o chicote estrala constante
Agora, o dinheiro é o seu frutoBrota das mãos, das cabeçasDos negócios, do tributoEspessa nasce sua gramaSampacaosmopolitana
Nas esquinas as meninasPintadas, pouco vestidasBoca naquilo na Boca do LixoAqui sexo não é pecado, é nicho
O bicho pega, a bichaQue disputa pelo ponto: rixaA polícia coerciva, fichaE a Santa Hipocrisia, lincha
Prostituida por qualquer trocoO cafetão sempre nos enganaO prazer muitas vezes dura poucoSampacaosmopolitana
A solidão aqui é coletivaO dia a dia gera ansiedadeA lágrima escorre corrosivaTamanha é a brutalidade
Parece até que é covardiaMas é assim que ela amaNunca afaga sua criaSampacaosmopolitana
Viver aqui é uma arteArte que se vê em marquisesPrédios, pontes, grafitesNos passos da porta-estandarte
Baluarte dos escritores, poetasPintores, antropófagos das letrasModernistas das palavrasPau-Brasil que o artista lavra
No cotidiano se forma o léxicoReflexo da língua provincianaParnasiano agora disléxicoSampacaosmopolitana
Assim ela se faz, refaz e desfazE nós vivemos meio a essa metamorfoseSimbiose que muito nos cansaDificilmente aqui se tem pazMas, quem não ama essa criança?
Sampa cosmopolitaCaótica, metropolitanaAgora é a benditaEntre todas, a mais bonitaSampacaosmopolitanaA minha cidade.
Publicado também no catraca livreNo meu blog--
André Al. Braga
Twitter: http://twitter.com/mundoid
Blog: Mundo ID http://mundoid.blogs.sapo.pt/
Me adiciona: www.meadiciona.com.br/mundoid
Sobre o meu livro, acesse:
Poemas errados (dias intranquilos)
http://poemaserrados.blogspot.com
Minha entrevista na CBJE
http://www.camarabrasileira.com/entrevista434.htm
--
Edgar Borges
(95) 9111 - 4001
msn:edborges5@hotmail.com
Twitter: @borgesedgar
Blog Crônicas da Fronteira: www.edgarb.blogspot.com
Coletivo Arteliteratura Caimbé: http://literaturacaimbe.blogspot.com
Blog Cultura de Roraima: www.culturaderoraima.blogspot.com






0 comentários:
Postar um comentário